segunda-feira, 5 de julho de 2010

Brasil x Holanda


Sexta-feira, 02 de julho de 2010. Essa imagem já diz tudo. Robinho comemorando o único gol da seleção brasileira neste jogo, ainda no primeiro tempo. Essa é a única imagem que quero guardar desta partida - a dedicação de Robinho ao fazer este gol. Kaká nem sequer se dedicou e a seleção parecia brincar em campo. Mas os laranjas de ferro também dificultaram o jogo. "A laranjada azedou" parece uma frase muito clichê mas, realmente, a nossa laranjada azedou e muito! 2x1 pra Holanda e Brasil se despedindo da Copa. Não foi dessa vez. O Hexa vai ficar para 2014, quando vamos poder jogar em casa...

Sici.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Brasil x Chile

Kaká e Luis Fabiano comemoram o segundo gol.

Sexta-feira, 26 de junho de 2010. Brasil ganhou tranquilamente do Chile, fazendo gol já no primeiro tempo. Quem diria? A seleção que nos envergonhou no jogo contra Portugal agora está nos mostrando um desempenho bem melhor. Brasil marcou 3x0, mas confesso que nós esperávamos por um quarto gol. Suazo foi o jogador que mais correu em campo (Suazo é jogador da seleção chilena). Vimos os jogadores chilenos sairem da Copa com um tom de amargura, alguns deles até choravam enquanto se despediam do estádio em Joanesburgo. Brasil em breve enfrentará a Holanda... Força para nós, que enfrentaremos os laranjas de ferro!

Sici.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil x Portugal


Putos e raparigas se sentaram frente a tevê para assistir Brasil x Portugal. Calma, não é palavrão não! Em expressões portuguesas, quis dizer que meninos e meninas sentaram-se diante do televisor de suas casas para assistir ao jogo que prometia ser um espetáculo... E acabou sendo uma vergonha!
Brasil continua na Copa. Portugal também. Mas você, caro leitor do meu blog, há de convir comigo que um placar de 0x0 é #%$#¨*%¨@##. É o fim da várzea! 
Brasil, essa seleção que nos emocionava, que fazia com que a gente risse e chorasse diante da televisão das nossas casas agora está aí: morna, murcha, sem vida... E em plena Copa do Mundo!
Me reuni com a família e naquela reunião de família, um confronto interno em cada um de nós. Família de ascendência portuguesa mas cheia de filhos, netos e bisnetos brasileiros. Para quem torcer?
Mas a pergunta agora era para o que torcer. Para dois leões do futebol ou para dois coelhinhos?

Fica no ar a pergunta. Paz para todos.

Sici.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O início da Copa do Mundo para o Brasil

A Copa do Mundo de 2010 começou. O clima está está agitado; o mundo está voltado agora para a África do Sul, país do grande Nelson Mandela... Fogos, torcida, vuvuzelas que cantam. A paixão pela camisa e o patriotismo toma conta de todos nós nesta época.


Brasil X Coreia do Norte














Terça-feira, 15 de junho de 2010. Eu saí de casa para caminhar como sempre faço, durante 1h 30 e fui às 14h para dar tempo de voltar e assistir o jogo... Vuvuzelas cantando, todos fardados com suas camisas verde-amarelas... Nos bares, a torcida se aninhando para ver Brasil x Coreia do Norte. Fiquei maravilhada com aquela agitação toda pelas ruas de Novo Hamburgo.
Carros corriam para chegar em tempo em casa. Trabalhadores eram dispensados para ver o jogo do Brasil contra Coreia do Norte. "Seus comunistas de olhinhos puxados!" eu pensava. "Vocês não vão ganhar de nós..."
Dito e feito. Embora o jogo tivesse sido sofrido para o Brasil, ganhamos. No primeiro tempo, Brasil teve dificuldades de marcar um gol e nos sentimos angustiados. Mas ficamos aliviados quando Maicon, jogador hamburguense marcou o primeiro gol do Brasil na Copa. Caro leitor, você sabia que Maicon nasceu aqui em Novo Hamburgo? Galvão contou a história sobre Maicon, de que ele tinha um irmão gêmeo e, ao nascerem, o pai enterrou o cordão umbilical dos dois filhos no estádio Novo Hanburgo para que um deles se tornasse jogador. Eu morei bem perto deste estádio durante algum tempo, na Vila Rosa. Parece que deu certo!
Terminamos o jogo ganhando de 3x1 a Coreia. Brasil, uma seleção que sempre nos emocionou tanto nos decepcionou um pouco, tento em vista a dificuldade que foi arrancar esta vitória.



Brasil x Costa do Marfim















Domingo, 20 de junho de 2010. Estava no hotel Casa da Montanha em Gramado quando assisti este jogo. Um dia frio e nublado. Sentei para escrever um artigo e só fui assistir o jogo ao final do segundo tempo. Enquanto escrevia o artigo, pude ouvir a torcida vibrar por um gol de Luis Fabiano. Então me dirigi para uma sala do hotel onde ficavam os hóspedes para assistir o jogo do Brasil contra Costa do Marfim.
O clima era tenso! Uma família de chineses atrás de nós (de mim e da minha mãe) comentava o jogo em mandarim. Falavam com frequência do Kaká, o que me faz crer que eram muito fãs dele.
Brasil marcou 4x1. No segundo tempo a seleção da Costa do Marfim, insatisfeita com o resultado do jogo, passou a jogar agressivamente, repleta de soberba. Kaká levou uma falta sem motivo justo que ocasionou a sua expulsão. Elano saiu machucado de campo. São maus perdedores, cedo ou tarde sairão da copa. Um sentimento de revolta pairou no ambiente ao final do jogo.

Sici.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Wiccaning

por Sophia WestWind

Círculo Sagrado com crisântemos. O círculo está sendo formado para o ritual.

Altar montado para o ritual de Wiccaning. Dois cálices de água do mar, oferecidos para a Deusa das Águas. A maçã, símbolo da imortalidade, é uma oferenda para a Deusa. A cevada como oferenda para a Terra, os incensos de lótus como oferenda para o Ar e a vela vermelha como oferenda para o Fogo. Óleo de unção para Wiccaning. Água sagrada da Lua Cheia em um pequeno vidro para borrifar. Vela rosa para a Deusa suméria Ishtar. Pastas com o modelo do ritual de Wiccaning. Pão e leite para a Cerimônia dos Bolos e do Leite, representando respectivamente o corpo do Deus e a Deusa Donzela que amamenta e sustenta a vida. Pequenos buquês de crisântemos brancos e pétalas de rosa decoram o altar.

Sacerdote Dyan Magnus Morgann, padrinho de Inanna que recebe o nome pagão de Ishtar BlueStar através do ritual de Wiccaning. Ele faz as devidas invocações diante do Fogo Sagrado.

O nome pagão de Inanna lhe é conferido, agora ela passa a se chamar Ishtar BlueStar. A avó segura Ishtar nos braços enquanto ela é apresentada aos Deuses, aos Guardiões dos Portais e à comunidade pagã. Ishtar também recebe bênçãos dos convidados.

O Wiccaning é um ritual importante na vida de uma criança com potencial para se tornar pagã. Os pais wiccanos (ou apenas a mãe ou o pai) realizam este ritual para apresentar a criança aos Deuses, aos Guardiões dos Portais e à comunidade pagã, dando a ela um nome pagão que poderá ser usado mais tarde, caso a criança queira se tornar wiccana ou simplesmente esquecido, caso a criança queira seguir outros caminhos...
O Wiccaning não compromete de nenhuma forma a criança com a religião. Ela terá liberdade para seguir o caminho que quiser, mas sempre será muito bem-vinda na comunidade pagã e caso queira se tornar wiccana, será muito bem recebida pelos Deuses através do ritual de Iniciação.
No sábado, em 8 de maio de 2010 foi realizado o wiccaning da minha filha, Inanna. Ela foi apresentada aos Deuses, aos Guardiões dos Portais e à comunidade pagã. Ungimos ela com um óleo de unção e proferimos algumas bênçãos. O padrinho e Sacerdote Dyan Magnus Morgann jurou diante dos Deuses protegê-la e guiá-la pela senda mágica. Representamos a Lenda Mágica das Bruxas em honra à Deusa Ishtar e dançamos em círculo em torno de Inanna. Ela recebeu um amuleto, uma água-marinha (pedra ligada à cura e à proteção) com o desenho de uma estrela de oito pontas, a Roseta de Inanna. Oferecemos cevada para a Terra, incensos de lótus para o Ar e uma vela vermelha para o Fogo para equilibrar os elementos do seu mapa astral e assinamos o Livro das Qualidades, onde cada participante colocava ali as qualidades próprias da Terra, do Ar e do Fogo que queriam transferir para Ishtar. Foi um ritual simples, mas marcante.







segunda-feira, 10 de maio de 2010

Samhain



por Sophia WestWind

Na noite de 30 de abril para 1° de maio no hemisfério Sul, Jack O`Lantern é aceso e se dá início a comemoração de Samhain.
Samhain é o sabbath mais marcante da Roda do Ano por se tratar do Ano Novo celta. Pequenas oferendas são postas no altar para lembrar os antepassados. Isto porque acreditavam os celtas que na noite de Samhain, o véu "entremundos" se torna mais tênue. Isto significa que assim como os espíritos de outros planos podem nos visitar, nós também podemos contatar eles.
Mitos como "A Lenda da Descida da Deusa ao Submundo" ou mitos retirados da mitologia de outros povos como o mito de Inanna, que é imolada por Sua irmã Ereskhigal e o de Persephone (Prosérpina), que é raptada por Hades são bem-vindos. Afinal de contas, Samhain marca a descida do Deus ao submundo e por vezes, da Deusa. É noite de fechar para balanço e avaliar tudo aquilo que se plantou, as sementes que deram frutos e as que não vingaram. Assim como o Deus realiza Sua jornada ao submundo, podemos realizar a nossa e nos encontrarmos consigo mesmos em busca de sabedoria e iluminação.
Estive em companhia dos meus irmãos queridos e realizamos o Samhain junto com a iniciação do Sacerdote Dyan Magnus Morgann na Irmandade Flor de Lótus. O riual se realizou sob a premissa de "perfeito amor e perfeita confiança", onde o Sacerdote jurou para os Deuses Antigos guardar Seus Mistérios e velar por eles. Com muita alegria estive presente neste ritual e pude conferir ao Magnus algumas bênçãos. É uma honra me encontrar com os irmãos queridos da Arte e poder compartilhar do primeiro dia de um novo ano, uma nova roda com os meus amados semelhantes.

Para este Samhain, nada melhor do que uma receita caprichada de vinho quente. Foi a mesma que usamos no nosso Samhain lá no sítio! Quando terminou o vinho quente, bebemos vinho. Quando terminou o vinho, bebemos vodca. Quando terminou a vodca, bebemos hi-fi. E ainda ficamos de pé!

Vinho Quente

Ingredientes:

1 copo de açúcar

Canela em rama
Cravo
1l de vinho tinto seco
1/2l de água
1/2 maçã (verde ou vermelha) descascada e cotada em fatias

Modo de preparo:

1.Queime a metade do açúcar com o cravo e a canela

2.Acrescente o vinho, já misturado com a água
3.Junte a maçã e o açúcar restante
4.Deixe cozinhar um pouco e sirva bem quente.

Bênçãos de Samhain para todos e um feliz Ano Novo!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Uma semana daquelas...




Ufa! Deu pra parar um pouco e escrever...
Minha semana tem sido agitadíssima! Eu tenho começado com um projeto do grupo de estudos do meu coven, a Ordem Sazonal dos Mistérios da Lua. Tanta coisa pra fazer! Organizei o ritual, as meditações e o material para o grupo de estudos. Estou me dedicando ao máximo ao grupo de estudos e espero obter bons resultados. As sementinhas já estão sendo plantadas, vamos ver agora se elas brotarão!
E também tem o wiccaning da minha filha, que está sendo mais do que organizado com a devida antecedência. Tá mais do que na hora da senhorita Inanna ser apresentada à comunidade pagã e aos Deuses.
Ah! Tem mais! Como se não bastasse, minha filha fez uma cirurgia dia 14/04 em função de uma pequena doença renal que ela tinha. Espero que tudo dê certo ao final! Espero que ela se recupere bem e bem rápido...
Peço a todos vocês leitores do meu blog que dirijam suas preces à minha filha amada.
Além de tudo isso, apesar de tudo isso... Ainda estou estudando! E essa semana é a semana de provas!
Mas essa agitação, esse movimento eu adoro... Me faz muito bem, muito feliz mesmo lembrar que até os tornados, os furacões e os tsunamis são da Deusa, daquela mesma Deusa de águas calmas e cristalinas...
Bom final de semana para todos os meus leitores!

Abençoados sejam!
Sici.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Carta do Chefe Seattle

Leitores do diariodeumaoceanide!


Resolvi postar no blog a carta do Chefe Seattle ao presidente dos EUA. Este é um dos textos mais envolventes acerca do meio-ambiente. Para aqueles que já conhecem, permitam-se reviver esta carta e meditar sobre ela. Para aqueles que não conhecem, permitam-se sentir ser um com a natureza. A Gaia está doente, precisamos fazer algo. Precisamos curá-la por um mundo melhor!

















Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios.

“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós. Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los? Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoa nas florestas escuras, cada inseto transparente, zumbindo, é sagrado na memória e na experiência de meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo a memória e a experiência do meu povo. A energia que flui pelas árvores traz consigo as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da Terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos.
Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós.
O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugar onde poderemos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra. Mas não vai ser fácil. Pois esta terra é sagrada para nós.
A água brilhante que se move nos riachos e rios não é simplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais.
Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que ela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagrada e que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisas da vida de meu povo.
O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai. Os rios nossos irmãos saciam nossa sede. Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se de ensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês, e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmo carinho que têm para com seus irmãos.
Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras. Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranho que chega à noite e tira da terra tudo o que precisa. A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente. Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa. Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa. O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhos são esquecidos. Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, como coisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes. Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto.
Não sei. Nossas maneiras são diferentes das suas. A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho. Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende. Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco. Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ou o ruído das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo. A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos. E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa. Sou um homem vermelho e não entendo.
O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ou perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito. O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritos com toda a vida que ele sustenta.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o vento que é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não entendo de outra forma. Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os matou da janela de um trem que passava. Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fuma pode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamos para ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreriade uma grande solidão do espírito. Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem. Todas as coisas estão ligadas.
Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pés é as cinzas de nossos avós. Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terra é rica com as vidas de nossos parentes.
Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra. Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.
Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem – o homem pertence à Terra. Isto nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Todas as coisas estão ligadas.
Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como de amigo para amigo, não pode ficar isento do destino comum. Podemos ser irmãos, afinal de contas.
Veremos. De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um dia descobrir – nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejam possuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo. Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para como homem vermelho quanto para com o branco. A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezo por seu criador.
Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos. Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algum propósito especial lhes deu domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho.
Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando os búfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantos secretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vista das montanhas maduras manchadas por fios que falam.


Onde está o bosque?
Acabou.
Onde está a águia?
Acabou.
O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”

Abençoados sejam!
Sici.

terça-feira, 30 de março de 2010

Desenhando a Lua


Por Sophia WestWind

Abro a janela para sentir a brisa da noite. Quem sabe o vento traga respostas para as minhas perguntas? Então eu fecho a janela da sala atrás de mim, que dá acesso ao terraço da minha casa. Lá só eu, a Lua e as estrelas compartilhando do sentimento de estar no Todo, de ser o Todo.
Então a Lua derrama sobre mim os Seus raios luminosos. Esta é a primeira noite de Lua Cheia e, mesmo que não fosse a primeira, provocaria o mesmo sentimento de fazer parte de algo maior, além da compreensão humana. Um mistério infindável e desconhecido se abriga na sombra da Lua... De onde vem o Seu magnetismo? Por que Ela influencia as marés da Terra? Por que Ela desperta tantos sentimentos nos seres humanos?
Um Universo a ser explorado, um mundo a ser conhecido. Mas naquele momento eu me dediquei apenas à Lua, cujo brilho é suave sobre a Terra. Contemplei-A admirada, apaixonada. Sabe-se lá por quem ou pelo quê. Viver é uma arte quando a gente se permite. Eu percebi que o mundo é feito de muitas perguntas e poucas respostas.
O silêncio foi cortado pelo som da televisão. Alguém na sala assistia um programa de auditório. Há pessoas que são assim - elas vivem para trabalhar, comer e assistir TV. E quando vêem, o tempo passou. A vida passou, tudo passou. Só que a vida não espera para ser vivida. E o que dizer de mim? Eu continuo aqui, desenhando a Lua...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Notícias estranhas...

Então... Eu estava em casa mexendo em uma grande caixa de livros meus quando encontrei um livro sobre notícias estranhas da Agência France Presse. O livro é ótimo! É uma antologia de notícias estranhas que um jornalista desta agência coleciona.
Assim, de vez em quando vou postar uma ou outra aqui. Espero que gostem!

Seria meu pai minha mãe?

WASHINGTON, 8 dez. - Um homem barbudo está preso desde quinta-feira no pavilhão das mulheres da penitenciária do condado de Prince George, próximo a Washington. Ele poderia ser a mãe das crianças das quais diz ser o pai.
L.A. Bowie, 39 anos, foi preso em consequência da inculpação de dois de seus filhos e outros suspeitos por roubos e assassinatos. Segundo o Washington Post, que traz a notícia na edição de sexta-feira, os inspetores encarregados de vistoreá-lo tiveram a surpresa de descobrir que sua anatomia não era tão masculina quanto fazia supor sua barba abundante.
Interrogado, Bowie falou primeiro de um acidente, depois de uma cirurgia e declarou finalmente que também respondia pelo nome de Linda Ann Bowie. Os policiais, embaraçados, se contentaram em registrá-lo com as iniciais L.A. e o enviaram para a prisão onde os médicos, depois de examiná-lo, decidiram por seu encarceramento no pavilhão de mulheres.
Bowie continua a afirmar que é o pai de Damon e Christian Bowie, seus dois filhos inculpados. A polícia, por seu lado, acrescentou um novo dado à sua investigação. Seria L.A. Bowie papai ou mamãe?

Do livro "Pequenas Notícias - Um patético retrato da natureza humana através das pequenas notícias dos jornais de Michel Vergez & Agência France Presse, editora L&PM

quinta-feira, 18 de março de 2010

Harmonia

Para quê se preocupar com o que escrever sobre mim? As palavras fluem, como os acordes de uma canção, em plena harmonia... Hoje acordei assim, com esse humor e essa cara! Cara de quem vive sonhos e esperanças pro futuro.
Esses dias fiz um ritual para a Deusa Kali e o Deus Shiva, pedindo para que ceifassem da minha vida todas as coisas que não merecem mais ser mantidas... E deu certo! Muitas dessas coisas estão caindo por terra. Hoje é meu dia e só meu: ninguém vai tirar isso de mim. Ninguém vai tirar de mim a satisfação de estar vivendo uma semana preciosa na companhia das pessoas que eu amo, algumas tão perto, outras tão distantes... Mas não há tempo pra melancolia! É preciso correr porque a vida segue o seu próprio curso: tudo no tempo certo, tudo está nas mãos dos Poderosos...
Pra entender um pouco de mim, um pouco do que eu sou, você tem que mergulhar num mundo de muita filosofia e religião, um pouco de história e sociologia talvez, algo de literatura, um certo romantismo misturado com amor a arte...  E a Arte! Sim, porque temos duas artes aqui (ao menos duas na minha vida). Uma é a arte dos artistas, poetas e filósofos, ela quase se confunde com a última que também é arte: a Arte dos sábios. Esta é a Arte de transformar, moldar e dobrar as coisas no meu caminho, mas sem prejudicar os irmãos e irmãs...




Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
(Pablo Neruda)

Sici.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vodu


História

O Vodu (por vezes chamado de Sèvis Gine ou "serviço africano") é uma mescla de elementos dos povos Ibo, Congo da África Central e o Yorubá da Nigéria, embora outros povos tenham influenciado as crenças voduístas, como os índios Taíno, nativos do Haiti. Várias formas de Vodu existem nos países por onde passaram os imigrantes haitianos. É similar a religiões africanas como Lukumi, Regla de Ocha (ou Santeria), Candomblé e Umbanda, uma religião brasileira.
Grande parte dos escravos africanos que vieram ao Haiti eram da Costa do Guiné, na África ocidental. Seus descendentes foram os primeiros voduístas.
O Vodu africano diferia do Vodu hatiano por este último ter de submeter o seu Iwa (espíritos) ao disfarce de santos católicos.
Vodu como é conhecido hoje é o sincretismo de muitas culturas e etnicidades diferentes. Sob a escravidão no Haiti, a cultura e a religião foram suprimidas, as linhagens foram fragmentadas e as pessoas tiveram que ocultar seu conhecimento religioso, gerando uma unificação.
Uma cerimônia importante para a história do Vodu foi a de Bwa Kayiman de agosto de 1791, que começou a com a revolução haitiana. O espírito de Ezili Dantor possuía um clérigo e recebia um porco preto como oferenda, fazendo com que os presentes jurassem  por liberdade. O povo do Haiti libertou-se da colonização francesa em 1804, quando então o país se tornou uma república.
Com a leva de imigrantes haitianos que fugiam da ditadura de Duvalier para os EUA, o país teve um crescimento em práticas voduístas entre 1960 e 1970.
Além do Vodu existem outras crenças semelhantes no Haiti, como Makaya, Rara e algumas sociedades secretas.
A prática dos bonecos de Vodu não é original do Vodu e tem base em dispositivos mágickos europeus tais como a "poppet". Semelhante aos bonecos também encontra-se o nkisi ou o bocio da África ocidental e central.
No Haiti, Vodu é uma religião oficial. No Brasil se misturou ao catolicismo nordestino e aos cultos afros.
O termo Vodum ou Vodu teve sua origem no oeste dea África, num reino chamado Daomé (atual Benin). Como no século XIX a Igreja Católica demorou por difundir a religião no Haiti, os escravos africanos logo viram a possibilidade de unir elementos do catolicismo com o Vodu.
O presidente haitiano Jean Bertrand Aristides declarou o Vodu como religião oficial do país em abril de 2003. Sendo assim, os casamentos no Vodu passaram a ter valor religioso.
O Vodu foi criado nas Antilhas por escravos africanos que tinham sido vendidos para os comerciantes de escravos pelos sequestradores africanos e transportados para o Caribe. O comércio de escravos ocorreu em várias tribos africanas, por isso a religião tem diferente formas.

Crenças

"A busca permanente pelo oculto, em geral, é o que todos fazemos ao tentar alargar nossos conhecimentos, o que pode ser saudável pois muito do conhecimento filosófico e científico construído pela humanidade se originou de `mistérios tidos como ocultos no passado, mas que estão desvendados no presente." (Any Lilian, psicóloga e professora universitária)

O Vodu é uma religião sincrética e seu sincretismo se deu pela tentativa dos escravos de esconderem a sua religião pagã de seus senhores, que haviam os proibido de praticar.
Além do mais, para combinar os espíritos de muitas e diferentes nações africanas, parte da liturgia católica foi incorporada ao Vodu para substituir rezas ou elementos perdidos. As imagens de alguns santos católicos representam os espíritos.
O Vodu tem raíz semelhante ao Candomblé praticado no Brasil, que também descende de religiões tribais da África.
No Vodu se venera um Deus principal, chamado `Bon Dieux` (Bom Deus) e os antepassados. Os sanguinários ditadores haitianos François e Jean-Claude Duvalier usavam rituais de Vodu para amedrontar suas vítimas. A palavra vem do africano "Dahomey vodun" ou Vodun, que significa espírito.
Acredita-se no Vodu que há um Deus criador de tudo, "Bondje" ou "Bon Dieux", distinguido do Deus dos brancos pelo hougan Boukman em Bwa Kayiman. Bondje é distante de Sua crianção, bem como os espíritos que auxiliam o voduísta e os antepassados. O voduísta adora o Deus e serve os espíritos, que são tratados com honra e respeito como se fossem membros mais velhos de uma casa. São vinte e uma "nanchons" (nações) de espíritos, por vezes chamadas de "Iwa-yo". Algumas das nações mais importantes do Iwa são o Rada, o Nago e o Kongo. Os espíritos também possuem famílias que compartilham um mesmo sobrenome, como Ogou, Ezili, Azaka ou Ghede. A família de Ogou é de soldados, o Ezili governa as esferas femininas da vida, o Azaka governa a agricultura, o Ghede governa a morte e a fertilidade. No Vodu dominicano há uma família de Água Doce, que abrange os espíritos dos índios.
No Vodu haitiano os espíritos são divididos em duas categorias: Rada, que são espíritos frios e Petro, que são os espíritos quentes. Podem ser perigosos se irritados ou contrariados. Diz-se que cada pessoa possui relacionamento com espíritos, em especial um espírito em particular que se diz "possuir sua cabeça". O "met-tet" (como é chamado) pode ser o espírito mais ativo da vida de alguém. Ao servir os espíritos, o voduísta busca conseguir a harmonia com sua própria natureza individual e o mundo em torno dele, manifestado como fonte de poder pessoal relacionado à vida.
O Vodu foi associado à bonecos de Vodu e zumbis. Há uma evidência etnobotânica que se relaciona à criação do zumbi. É um fenômeno menor dentro da cultura rural do Haiti e não propriamente uma parte da religião Vodu. A prática de furar com agulhas bonecos de Vodu para magia simpática é usada por alguns seguidores do "Voodoo de Nova Orleans", uma variante local do Vodu.
Os bonecos de Vodu não fazem parte do Vodu haitiano, embora os bonecos para turistas possam ser encontrados em Port-au-Prince, capital do Haiti.
Maio é o período mais ativo para os voduístas, pois é o mês em que as magias e rituais da felicidade são intensificados.
O panteão do Vodu veio do oeste africano. As entidades desses panteões são pessoas que já morreram, homens que tiveram importância dentro da comunidade religiosa, príncipes e sacerdotes. Essas entidades são loas: os Rada, que são entidades transmitidas por Daomé e os Petros que são entidades que, ao longo do tempo, foram agregados ao Vodu.
Uma crença Vodu diz que os primeiros homens criados eram cegos e foi justamente a serpente que conferiu visão à espécie humana. Isso explica alguns cerimoniais voduístas com serpentes.
Os voduístas haitianos crêem que o homem possui duas almas: Gros bon ange (grande anjo bom) tem a capacidade de sair do corpo enquanto a pessoa dorme. Se não retornar, a pessoa morre. Petit bon ange (pequeno anjo bom) protege e guia o adepto. Quando a pessoa morre, ela permanece por alguns dias guardando o corpo. Somente um período de nove dias após o sepultamento é realizado um ritual para afastá-la.
Os praticantes acreditam que Petit bon ange se transforme em algum objeto ou animal, geralmente uma serpente. Após a transformação, se os rituais (realizados pelos parentes) forem negligenciados, a vingança de Petit bon ange se volta contra eles.
O propósito do Vodu é permitir que os loas, que possuem o poder das forças naturais, se manifestem no corpo humano vivo, de modo que a pessoa possuída possa ser fortalecida por sua energia e sabedoria divina.
Diz-se que quando a pessoa fica sob a possessão de um loa, o espírito sobe em seus ombros da mesma forma que um cavaleiro monta um cavalo.
Sem a posse dos corpos físicos e as oferendas deixadas na encruzilhada à meia-noite, os loas deixariam de existir.

A Prática

Não é uma exigência ser iniciado para servir os espíritos. A responsabilidade do clero no Vodu é preservar os rituais e canções e manter o relacionamento dos espíritos com a comunidade. Os sacerdotes são chamados "hougans" e as sacerdotisas "mambos". Os noviços são "housins", dedicados aos seus mistérios pessoais. As pessoas servem aos espíritos de acordo com a sua natureza e estes são revelados por meio de cerimônias, leituras ou sonhos. Mas elas também servem aos seus antepassados de sangue e o culto a eles é a base da religião Vodu.
Durante um dia ou dois prepara-se os altares e alimentos para a cerimônia. Então começam os rituais com algumas preces e cantigas católicas, uma litania em Kreyol e no "langaj africano" que abrange todas as entidades da casa e depois uma série de invocações para os espíritos principais da casa. Após canções introdutórias e o saudar de Hounto, espírito dos tambores, canta-se para a família de Legba com todos os espíritos de Rada. Então a parte Petro do ritual começa e logo após cantigas para a família Ghede. Então os indivíduos são possuídos pelos espíritos, que dão consultas, conselhos e curas. Nas primeiras horas da manhã as últimas canções são entoadas e despede-se os convidados.
O voduísta tem um altar para os seus antepassados e os espíritos que serve com imagens dos espíritos, perfumes, alimentos e outras oferendas. O altar mais simples consta de uma vela branca, um copo d`água e talvez uma flor.
Em alguns lugares a iniciação é o sèvis-tet ("lavagem de cabeça"). Em outros é o kanzwe (ou kanzo) com três classes de iniciação.
O Vodu possui um templo com uma coluna central chamado poteau-mitan, repleta de desenhos decorativos chamados vevers. Esses desenhos são representações heliográficas das entidades. Essa coluna é considerada sagrada pelos seguidores.
O Vodu é considerado por alguns como religião matriarcal, na qual a mambo é conhecida também como rainha, porém é o hungan que preside o hunfort, o santuário religioso.
As cerimônias são realizadas no período noturno. Bebidas de rum e frutas e sacrifícios de aves, porcos, galinhas, bodes e outras oferendas são oferecidas aos loas, que possuem os corpos dos indivíduos.
As serpentes fazem parte de alguns rituais. No ritual chamado mambo a sacerdotisa toca em uma serpente retirada de um cesto. Supostamente ela recebe visão especial e poderes sobrenaturais.
O boneco de Vodu é feito para invocar os poderes dos Deuses e é chamado de fetiche, que significa feitiço. Durante o ritual em que se faz o boneco a pessoa deve mentalizar seus objetivos e transmitir energia ao boneco.
O boneco deve ser feito semelhante a pessoa que vai representar e é importante modelar seus órgãos genitais. Ele precisa ser batizado com o nome dessa pessoa e geralmente é feito de barro.
O boneco deve ser feito para realizar o bem, para alcançar prosperidade e cura.
Os zumbis dos quais se ouve muito falar são resultado de uma mistura de ervas que deixa a pessoa em um estado de morto-vivo. Para o médico Carlos Alberto Serafim, esses compostos deixam o batimento cardíaco mais lento. As ervas usadas pelos sacerdotes dilatam as pupilas, fazendo a pessoa perder a sensibilidade à luz e deixando-a em um estado de transe, o que facilita o ritual.
O pesquisador e antropólogo do museu botânico da universidade de Harvard, Estados Unidos, Wade Davis explica:
"O ritual se dá por meio da magia negra (...) a vítima tem todo o indício de morte aparente, quase não respira, tem a pele fria, quase não tem pulsação e, mesmo assim, está viva."
Isto se deve ao fato da pessoa ficar horas sem oxigenação no cérebro, o que reduz o seu nível de consciência. Entre a fórmula utilizada pelos feiticeiros encontra-se narcóticos, tetradotoxina, veneno neurotóxico e até veneno de rãs.
A magia negra é praticada por bokors. Sacerdotes que trabalham com integridade dificilmente adotarão esta prática no Vodu.
Cada loa deve ser reverenciado em seu dia próprio e alimentado com oferendas de galinhas ou cabras sacrificadas, frutas e outros alimentos.
A música tem muitas funções em um ritual Vodu. A combinação de ritmos tocados por baquetas, tambores médio e mestre e um par de pratos de metal chamado ogan coloca os dançarinos em transe. A manipulação do ritmo, da métrica e de interrupções rítmicas chamadas casses ajuda a compor o cenário do ritual.

Legado para a Sociedade

No Vodu considera-se fundamental valores como honra e respeito - ao Deus, aos espíritos, à família, à sociedade e a si mesmo. Há o que é apropriado e o que é impróprio para cada indivíduo de acordo com os espíritos que a pessoa serve. O amor e a sustentação são valores importantes. A generosidade em dar à comunidade e aos pobres são outras características.
Como o Vodu é uma religião extática e não de culto à fertilidade, não discrimina homossexuais. Existem templos ao redor do mundo presididos apenas por hougans e mambos homossexuais.

Vamos fazer magia?

O Vodu do amor

O Vodu não transmite apenas a magia negra, cujo propósito é ferir alguém. As pessoas que trabalham com Vodu são também vistas como peritas no amor; em resguardar o amor, em restituir o amor e... vingar-se de um parceiro traidor!
Uma mulher solteira que queira encontrar um noivo, e a ênfase aqui está no noivo, ao contrário de um homem para uma única noite de prazer, deve comprar um dedal de metal novo, como os que se usam para costurar, com seu próprio dinheiro. Então, ela deve pegar uma peça de vestuário vermelha e cortar um pedaço de seu tecido que tenha um tamanho suficiente para embrulhar o dedal. Deve embrulhá-lo em uma manhã de domingo. (Alguns dizem que é melhor embrulhá-lo em uma manhã de domingo após o seu ciclo menstrual.) Ela deverá costurar o pedaço de tecido ao redor do dedal com linha vermelha.
Daí por diante, ela não deve sair de casa sem o dedal embrulhado em sua bolsa ou bolso. Precisa também dizer a si mesma, em silêncio: "Assim como este tecido envolve o meu dedal em amor, assim também o meu pretendido me envolverá com seu amor."
Após ter encontrado um noivo - e quando um feiticeiro ou feiticeira de Vodu promete um noivo, com certeza ele virá - a mulher deve queimar o pedaço de pano e a linha vermelha, e enterrar o dedal na terra. Ela nunca deve contar a seu marido sobre os meios pelos quais conseguiu conquistá-lo.
O uso deste feitiço é bastante difundido no sudeste nos Estados Unidos (principalmente na Flórida e Louisiana) e nas ilhas do Caribe.
Em Cuba, existem pessoas que dizem que uma mulher deve furar seu dedo com uma agulha, enxugar o sangue em um pedacinho de tecido e embrulhar o dedal com este tecido.
Na África, o berço do Vodu, há um costume em que uma mulher solteira pica o pênis de seu irmão mais velho com uma agulha, umedece um pedaço de tecido branco com o sangue e passa a carregar este tecido com um prego, em um pequeno saquinho de couro entre seus seios. Já que a atividade sexual é permitida e encorajada entre mulheres solteiras nessas tribos, há tribos em que uma mulher que deseje se casar deve introduzir o pedaço de tecido em seu útero toda vez que tenha relação sexual com um homem que não seja o seu pretendido marido. (Na realidade, o tecido serve como um dispositivo anticoncepcional.) Quando chegar o homem com quem ela pretende se casar, o pedaço de tecido permanece no saquinho de couro.

"Tudo Sobre a Wicca do Amor", Tabatha Jennings, editora Madras.

Sici.





segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu, o Buda... Mais alguém faltando?


São exatamente 2h 36 da madrugada do dia 1º de março (meu aniversário) quando começo a escrever uma poesia para um rapaz muito especial na minha vida e que está deprimido. Convencionou-se chamar então esse rapaz de "Evan".

Reconstruindo

Algo me diz que você está triste.
Eu não quero ver isso novamente, não com o homem que eu amo.
São inúmeros os motivos.
Então uma tristeza profunda cavou sua cova.

Se eu pudesse estar do seu lado
Te abraçaria forte e te protegeria
Do frio, da dor, do mau tempo
E secaria todas as suas lágrimas.

Então começaríamos tudo novamente
E eu estaria do seu lado, aguentando firme
Porque é preciso muito amor pra dissipar as trevas do seu olhar
Mesmo assim eu reconstruiria tudo, pedra por pedra.

Um dia, num passado muito distante
Eu prometi que estaria com você sempre.
Eu prometi segurar com força a sua mão
Quando você estivesse perdido e cansado.

Nesta madrugada insone eu chorei sua dor.
Eu sentei diante do altar e pedi aos Deuses
Para acalmarem seu coração e lembrá-lo
De que nunca estará sozinho.

Nós começaremos tudo novamente
E eu estarei do seu lado, aguentando firme
Porque é preciso muito amor pra dissipar as trevas do seu olhar.
Mesmo assim eu reconstruirei tudo, pedra por pedra.

E seus sonhos estarão lá,
Prontos para continuar.
E sua esperança estará lá,
Ao lado da minha...

Eu estava tão tranquila ao lado do Buda chinês na Redenção. Este foi um dia maravilhoso.
Eu arranjei um pseudônimo para o meu namorado. Agora ele se chama "Evan" e a ele eu vou atribuir, sempre que puder, milhares de declarações de amor. Tão distante e tão próximo sempre...
Hoje meu dia foi maravilhoso. Eu encontrei uma amiga e conversamos por horas sobre coisas banais... Mas eu precisava! Eu sinto que precisava encontrá-la porque só a presença dela me faz bem. Minhas aulas começam na semana que vem. E eu ainda estou na luta, em busca de um emprego... Quem sabe desta vez eu tenha mais sorte! Mas é isso, não tenho muito o que falar sobre mim... Estou feliz com minha vida, sonho e esperanças. Queria que algumas coisas fossem bem diferentes, mas o que posso fazer? A vida é assim mesmo, a vida e seus mistérios...

Sici.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Haiti






































Devido à tragédia ocorrida em 12 de janeiro no Haiti, na capital Porto Príncipe, decidi escrever um pouco sobre este país.
A situação do Haiti é tensa. A economia mais atrasada da América, uma taxa de mortalidade infantil assustadora (a cada 100 crianças, 12 morrem antes dos 3 meses de idade) e um alto índice de analfabetismo. Não bastasse anos de ditadura e instabilidade econômica, o Haiti vive as consequências de um grande abalo sísmico, um terremoto 7.0 na escala Richter. As cenas mais comuns na capital Porto Príncipe são necrotérios abarrotados de cadáveres não identificados, cidadãos procurando por seus familiares sob os escombros e ainda, soldados de diversos países auxiliando na busca por recursos e ajuda humanitária.
Uma das notícias sobre a tragédia que mais me impressionou nesses últimos dias foi a de que 11 missionários norte-americanos aproveitavam-se da situação do Haiti para levar 33 crianças haitianas para o seu país sem autorização do governo, com o intuito de "ajudar" essas crianças a terem condições de vida melhores. O governo haitiano tem tornado as leis de adoção mais rigorosas para evitar que estrangeiros se aproveitem da vunerabilidade dos órfãos da tragédia.
Mas vamos conhecer um pouco da História deste país caribenho?




Haiti

Nome oficial: República do Haiti
Capital: Porto Príncipe
Língua oficial: francês e crioulo
Presidente: René Préval
Área: 27.750km²
População: 8.121.622 hab.
Moeda: Gourde


Os primeiros humanos chegaram ao Haiti por volta de 7000 a.E.C. Ao viajar para o ocidente, Cristóvão Colombo chegou a ilha em 5 de dezembro de 1492, que era conhecida como La Española ou Hispaniola. Mais tarde a ilha foi dividida em república Dominicana e o Hati. A ilha é a segunda maior das grandes Antilhas. O formato da ilha é semelhante a cabeça de um caimão (pequeno crocodilo abundante na região). O litoral norte abre-se para o Oceano Atlântico e o sul, para o mar do Caribe.
Depois da chegada de Colombo os espanhóis passaram a ocupar a ilha e escravizar os indígenas para atividades como agricultura e cerâmica. A colonização espanhola começou a decair e a partir de 1625 a ilha teve grande influência francesa. Em 1697, Espanha e França assinam o tratado de Ryswick que determina a colonização francesa. Nessa época praticamente toda a população havia sido dizimada pela força e pelas doenças.

Os espanhóis e os franceses continuaram disputando a ilha até 1776, quando a ilha passou definitivamente ao domínio francês. Durante todo o século XVIII os franceses incrementaram a formação da lavoura açucareira na região importando escravos africanos. Nesta época, o Haiti podia ser considerado uma das mais ricas colônias da América, a "pérola das Antilhas".
O Haiti foi o primeiro país latino-americano a declarar-se independente. Começaram a se tornar frequentes os movimentos da população escrava, arrebatadoramente maior que a população branca. Em 1754 desencadeou-se a revolta do escravo Mackandal que utilizou os ritos de vodu para aterrorizar os senhores e unir os escravos contra eles. Mackandal foi preso mas conseguiu fugir da execução. Em consequência, os franceses passaram a reprimir o vodu.
A Revolução Francesa estimulou outra revolta, desta vez liderada por Vicente Ogé, que acabou preso. Os escravos se espalham e passam a fugir em massa e massacrar seus senhores, apoiados pelos revolucionários na França ou a independência da colônia. Financiados por espanhóís e ingleses - inimigos dos franceses - negros e mulatos se unem sob a liderança de Toussaint l`Ouverture, um escravo negro que sabia ler e tinha certa cultura. Em 1794 a França declara a abolição da escravidão nas colônias, conseguindo com que Toussaint apoiasse as autoridades francesas.
Em 1801, após derrotar os ingleses e espanhóis, Toussaint preparou a independência do Haiti como um estado associado à França revolucionária. Em seguida, cuidou da volta dos ex-escravos à lavoura do país quase devastado e preparou um projeto de constituição. Porém o novo governo francês, sob o comando de Napoleão Bonaparte rejeitou a proposta de Toussaint e mandou o general Leclerc recuperar a colônia. Leclerc enviou Toussaint para a França, onde morreu prisioneiro. Porém Jean-Jacques Dessalines continuou a rebelião, proclamando a independência em 1 de janeiro de 1804. Dessalines é nomeado governador da ilha e a unifica. Dois anos depois é deposto e morto e o país é novamente dividido. Ao norte governa Henri Christophe; ao sul, Alexandre Pétion e a leste os espanhóis. A unificação só acontece em 1820 sob a ditadura de Jean-Pierre Boyer, que governa até 1843.
Entre a deposição de Boyer e a intervenção dos Estados Unidos, os governantes do Haiti só tiveram um final trágico. Digno de nota é Faustin Solouque, nomeado presidente em 1847. Conquistou a República Dominicana em 1849, reavivando as práticas vodus em seu país e apoiando-se nos negros. Solouque foi deposto em 1858 e exilado. Dos demais governantes, um presidente foi envenenado, outro morreu na explosão de seu palácio, outros foram condenados à morte e um deles, Vilbrum Sam, foi linchado pelo povo. A frágil economia e a instabilidade institucional levaram os Estados Unidos a intervir no país ao cobrar uma dívida externa. Em 1905 passaram a controlar as alfândegas e 1915 assumiram o governo da ilha. A intervenção reorganizou as finanças e impulsionou o desenvolvimento da nação. O país recebeu uma nova constituição mas teve a sua soberania respeitada. Seguiram-se vários governos da elite mulata. As tropas americanas impediram a anarquia e a guerra civil mas não puderam conter a fragilidade do govern e os nacionalistas. Em 1934 o EUA retirou suas tropas e em 1941 abdicaram do controle alfandegário.
O jornalista uruguaio Eduardo Galeano quer publicou em abril de 2004 o artigo La Maldición Blanca relata que a história da ocupação dos EUA no Haiti não seria fidedigna às versões oficiais. Para Galeano o exército de ocupação estadunidense reteve o salário do Presidente de Honduras até que ele concordasse com a liquidação do Banco da Nação, que se converteu numa sucursal do Citibank de Nova York. Ainda segundo relata Galeano, o Presidente de Honduras, e todos os demais negros, tiveram sua entrada proibida nos hotéis, restaurantes e clubes exclusivos do Poder estrangeiro. A repressão aos opositores da política estadunidense teria sido violenta: "o chefe guerrilheiro haitiano Charlemagne Péralte, pregado em cruz numa porta, foi exibido à execração em praça pública".
Ainda segundo Galeano, a Guardia Nacional, criada e treinada pelos norteamericanos, e que ficou em seu lugar quando as tropas se retiraram em 1934, visava a "exterminar qualquer possível surgimento de democracia".

"A Gendarmeria fiscalizava o cumprimento de uma lei norteamericana que revivia a prática de trabalhos forçados no Haiti (corvée). A lei oficialmente requeria que os camponses haitianos trabalhassem, de graça, nas estradas por três dias ao ano. Entretanto, em alguns casos, os trabalhadores eram forçados a trabalhar de graça amarrados com cordas durante semanas, e até meses." (History Commons, US-Haiti, 1804-2005)

Revoltados com esta lei, Cherlemagne Péralte e Benoit Brataville lideraram uma rebelião envolvendo 40.000 pessoas que atacaram e derrotaram as forças policiais.
Em 1946 uma rebelião popular derruba Elis Lescot, levando ao poder Dumarsais Estimé, que é destituído por um golpe militar liderado por Raoul Magloire em 1950.  Durante o governo Magloire é promulgada uma nova constutuição que dá ao povo o direito de eleger diretamente seu presidente. Com o apoio do exército, Magloire decide perpetuar-se no governo, mas o povo reage violentamente e Magloire acaba por renunciar a presidência. Em 1957 é eleito François Duvalier.
François Duvalier trouxe ao Haiti o período mais sombrio de sua história. Duvalier era médico sanitarista com algum prestígio mundial, ligações com o movimento negro e realizou um trabalho de combate à malária junto às populações rurais, sendo apelidado de Papa Doc (papai médico). Seu regime ditatorial perseguiu ferrenhamente os opositores. A repressão era encabeçada pela milícia secreta dos tontons macoutes (bichos-papões). Apoiado pelo vodu, Papa Doc morreu em 1971 mas garantiu que seu filho fosse declarado seu sucessor. Jean Claude Duvalier assumiu o poder aos 19 anos e governou até 1986, quando foi deposto por um golpe militar. A esperança de redemocratização do Haiti surgiu em 1990, quando ocorreu eleições livres e o padre Jean Bertrand Aristide assumiu o poder.
Poucos meses depois de ser eleito, Aristide foi deposto por um novo golpe militar e a ditadura foi restaurada no Haiti.
Em 1994 Aristide retorna ao poder com o apoio dos EUA. Em 2003, sob pressão da ala rebelde, Aristide promete novas eleições em seis meses. Em janeiro de 2004 os protestos contra Aristide fizeram mortes na capital, Porto Príncipe. Em fevereiro o ex-presidente foge para a África e o país sofre intervenção da ONU.

"We Are The World"

Sici.